A maternidade pode ser profundamente transformadora, mas também emocionalmente exigente e marcada por sentimentos ambivalentes. Uma consulta de psicologia pode ser um espaço de escuta e apoio, onde muitas mães aprendem a compreender melhor o que sentem.
Se por um lado, há espaço para o amor, a gratidão e a ternura. Por outro lado, este também pode ser um tempo de confronto com as dificuldades vividas no exercício da maternidade. Falar sobre o lado menos visível da maternidade — as exigências emocionais, as inseguranças, a exaustão — é fundamental para desmistificar ideias mais românticas que nos são impostas pela sociedade e promover saúde mental.
A super mãe
Frequentemente, a sociedade impõe-nos uma imagem de mãe que é simultaneamente boa amiga, boa esposa, excelente profissional num ambiente competitivo, cuidadora, protetora, emocionalmente estável e 100% disponível 24h/dia e 7 dias/semana.
Ao mesmo tempo, espera-se que tenha tempo para cuidar de si e de manter uma imagem que corresponda aos padrões “ideais de beleza”. Este ideal é não só irrealista, como gerador de sofrimento psíquico e de sentimento de culpa — “como se a mulher estivesse constantemente a falhar em todos os seus papéis”.
Muitas mães experienciam sentimentos de culpa por não corresponderem a estas expectativas (como se fosse possível), ou de solidão por sentirem que ao expressarem as suas dificuldades estão a ser piores mães ou que não amam o suficiente os seus filhos.
É importante compreender que estes sentimentos são comuns e legítimos, e que reconhecê-los é um ato de coragem, não de fracasso. Uma consulta de psicologia pode ser o espaço seguro onde essas emoções são acolhidas e compreendidas.
A privação de sono
Nos primeiros anos de vida do bebé, o seu sono pode ser instável o que, inevitavelmente, vai condicionar o sono da mãe e do pai, podendo até gerar problemas conjugais.
Esta fase pode também causar insónias devido às diferentes preocupações:
- “Será que o bebé está a respirar?”;
- “E se eu adormecer e não o ouvir chorar?”;
- “E se ele não está bem e eu não consigo identificar o que ele precisa?”.
A diminuição das horas de sono tem um impacto muito significativo no bem-estar físico e emocional da mãe, que beneficia do apoio de uma consulta de psicologia para reorganizar o equilíbrio psíquico e validar as suas dificuldades.
O vínculo mãe-bebé: um espaço relacional em construção
A relação entre mãe e bebé é uma das mais poderosas e transformadoras relações da vida humana. Desde o nascimento, a ligação entre mãe e filho influencia profundamente o desenvolvimento emocional e psicológico da criança. Contudo, essa relação não se dá de forma linear, como se houvesse uma receita mágica; ela também envolve desafios e múltiplas transformações para a mulher, que passa por um processo de mudança profundo ao tornar-se mãe.
Segundo o psicanalista Donald Winnicott, a figura materna não precisa de ser perfeita para que a criança se desenvolva de maneira saudável. A mãe “suficientemente boa” é aquela que consegue criar um ambiente seguro, acolhedor e previsível para o bebé, atendendo às suas necessidades emocionais e físicas de maneira realista. Não se trata de atingir um ideal inatingível, mas de ser suficientemente presente para que o bebé se possa sentir seguro e confiante para explorar o mundo.
Mas esta função não é inata nem automática — ela constrói-se, dia após dia, e depende também do suporte que a mãe recebe dentro da sua rede de apoio, reforçado em consulta de psicologia.
Gabor Maté enfatiza ainda que a qualidade do vínculo mãe-bebé afeta também a saúde emocional da mãe, que, muitas vezes, “carrega” não apenas as necessidades do bebé, mas também as suas próprias emoções e desafios não resolvidos.
O impacto de ser mãe pode ser profundo, e é aqui que entram as implicações e as mudanças que muitas mulheres enfrentam. Uma vez mais, a consulta de psicologia surge como uma ferramenta de apoio e fortalecimento.
Cuidar de si não é egoísmo…
Apesar da valorização social da maternidade, ainda há muito silêncio à volta do sofrimento emocional das mães. A ansiedade, a tristeza persistente, o esgotamento, a sensação de não ser suficiente — tudo isto pode fazer parte da experiência materna, e tudo isto merece ser olhado com seriedade.
Marcar uma consulta de psicologia não significa que a mãe esteja a falhar. Pelo contrário: é um ato de coragem, de responsabilidade e de autocuidado.
A psicoterapia pode ser um espaço para a mulher, não apenas explorar as suas dificuldades, mas também reconhecer os seus recursos internos, ressignificar expectativas e construir uma relação mais gentil consigo mesma.
Mãe, não está sozinha… A consulta de psicologia é um espaço de acolhimento
Uma consulta de psicologia pode ser o primeiro passo para resgatar o seu bem-estar e encontrar suporte emocional. Na Saúde da Mente, pode iniciar este processo de forma segura e confidencial, no conforto da sua casa e ao seu ritmo, através de consultas de psicologia online. Pedir ajuda não a torna menos mãe — torna-a uma mulher consciente, que cuida de si para melhor cuidar dos outros.